quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Considerações finais

Os 4 eixos fundamentais traçados por Simmel:

Retrato psicológico do homem metropolitano típico e a sua relação com as condições objetivas da metrópole.

O Homem Moderno/O Homem Primitivo
Atitude racional/Maior liberdade
A auto-estima

A relação entre cultura objetiva e cultura subjetiva

Cultura objectiva
Cultura Subjectiva
Objectos, conhecimento, instituições, etc
Individuo
Ritmo de crescimento elevado
Ritmo de crescimento lento
Divisão do trabalho e a sua crescente especialização.

O Individuo e a sociedade

O individuo opõe-se à sociadade na medida em que luta para destinguir-se, pois os horários rigidos, enfim o modo vida leva a uma massificação na forma de pensar e de comportamentos.
Para Simmel, este conflito entre individuo e sociedade diminui se olharmos a maior liberdade e igualdade que a metróple proporciona quando comparada à vida do campo, ou de uma cidade pequena, com regras mais rigidas.

O princípio sociológico mais evidente no texto

União entre os grupos sociais que precisam de regras para se manterem e que diminuem as liberdades indivuais.Com o crescimento dos grupos ( metropole ) as regras ficam menos rígidas, dando maior liberdade aos individuos que o compõem.

INTERACIONISMO

A relação entre cultura objectiva e cultura subjectiva

A cultura objectiva no texto seria a cultura ligada a objectos – coisas, conhecimento, instituições, dinheiro. A cultura subjectiva estaria ligada ao indivíduo. Para Simmel existe uma disparidade grande no ritmo do crescimento das duas culturas. Enquanto a cultura objectiva cresce rapidamente, a subjectiva é mais lenta e pode até regredir em alguns pontos (ética, idealismo, etc.).
A causa deste facto, seria a divisão do trabalho e a sua crescente especialização, que torna os indivíduos cada vez mais distante do todo, e a sua visão cada vez mais focada para ganhar dinheiro.
A metrópole conduz a um impulso da existência pessoal mais individualizada, bem sucedida e justificada pelo desenvolvimento da cultura moderna, caracterizada pela supremacia do que se pode chamar espírito objectivo sobre o espírito subjectivo.

Cidade, Controlo Social e Liberdade Individual

A reserva mental confere ao indivíduo metropolitano espaço e liberdade pessoal.
Num círculo relativamente pequeno e fechado face a outros círculos , os seus membros detêm um campo estreito para o desenvolvimento das suas capacidades individuais e para a realização de movimentos livres. Os grupos familiares ou políticos, os partidos e associações religiosas começam assim. A sobrevivência das associações muito jovens requerem que estas estabeleçam fronteiras restritas, só assim não permitirão a liberdade individual. Á medida que o grupo cresce, a sua unidade interna reflete-se proporcionalmente e a rigidez que caracterizava o grupo social vai-se suavizando por meio das conexões e relações mútuas com o exterior. Ao mesmo tempo, os individuos avançam em matéria de liberdade, alcançando uma individualidade especifica que torna possível e necessária a divisão do trabalho do grupo em crescimento.O Estado, o cristianismo, os partidos políticos, assim como inumeráveis grupos desenvolveram-se de acordo com esta fórmula.
Este esquema é também identificável na evolução da individualidade na vida urbana. A vida na pequena cidade da Antiguidade e da Idade Média colocou barreiras para prevenir o movimento e as relações do individuo com o mundo exterior e levantou também barreiras no sentido de conter a independência e a diferenciação individual. A natureza destas barreiras era tal que o Homem actual as consideraria insuportáveis.
O modo de vida da metrópole permite ao ser humano expressar de modo particular e incomparável a sua natureza.
A metrópole é a sede da liberdade

sábado, 20 de outubro de 2007

Reserva Mental

Que atitude têm os metropolitanos uns em relação aos outros?

Segundo Simmel "na metrópole a atitude mental das pessoas umas com as outras, pode ser tida como sendo, uma atitude de reserva" (p.36).

Se as pessoas nas grandes cidades tivessem as mesmas reacções interiores que têm na pequena localidade, onde todas as pessoas se conhecem e vivem os seus problemas, estariam "atomizados interiormente e caíriam numa condição mental deplorável"(p. 36).
Segundo o autor esta atitude de reserva permite-nos ignorar, criar distância e indiferença mesmo em pequenos círculos dentro da metrópole (como por ex. num bairro). Esta reserva face ao exterior pode ser julgada como uma leve antipatia. Mas o nosso espírito reage sempre a todas as impressões causadas pelas outras pessoas, o que leva à indiferença é a instabilidade, a transitoriedade e a alteração desses mesmos sentidos. A maior ameaça da vida metropolitana é a antipatia.
A reserva mental envolve outro traço psíquico ele assegura ao individuo um determinado grau de liberdade pessoal.Podemos acrescentar ainda que a reserva mental é uma atitude menos negativa de resposta aos estímulos externos.

Atitude Blasé

"Os factores que sujeitaram a forma de vida á exactidão e precisão do minuto numa estrutura da mais acentuada impessoalidade ao mesmo tempo que a fizeram infletir numa direcção marcadamente pessoal" (pp. 34-35).

A impessoalidade, traço marcante do homem metropolitano irá produzir, no dizer de Simmel uma característica essencialmente metropolitana: a atitude blasé. Essa atitude é consequência do homem urbano ser massacrado com um turbilhão de estímulos ou acontecimentos quotidianos, aos quais depois de certo tempo deixa de reagir, sofrendo uma espécie de anestesia, que faz com que ele não se espante com nada, tenha uma atitude distanciada, um embrutecimento produzido pelo excesso de estímulos nervosos.
Não escapando desse meio conturbado e intenso, o homem metropolitano não encontra forças e nem tempo para se recuperar.

A atitude Blasé segundo Simmel "é a incapacidade de reagir a novos estímulos com as energias adequadas (...) que associada à economia monetária, a essência da atitude blasé encontra-se na indiferença perante as distinções entre as coisas (...) não são percepcionadas como significantes" (p. 35)
Cidade em movimento / Indiferença

Espírito calculista



A mente moderna tornou-se cada vez mais calculista


" O rigor do cálculo da vida corrente resultante da economia monetária corresponde, ao ideal das ciências naturais (...) fixar cada uma das suas componentes numa fórmula matemática" (p. 33)

O quotidiano da vida urbana foi invadido por dimensões de avaliação de cálculo e de enumeração e tradução em termos quantitativos dos valores qualitativos, isto por imposição do carácter racional da economia monetária.

Estas são as condições oferecidas pela metrópole, as relações e preocupações do metropolitano típico são tão "variadas e complexas" que levam a "que as suas relações e actividades se interlaçam umas nas outras num único organismo multifacetado". Por este facto "a não observação pontual dos compromissos e desempenhos conduziria inevitavelmente ao caos" (p.34).


Esperas e atrasos em mais uma greve

A quinta paralisação deste ano do Metropolitano de Lisboa deixou ontem a cidade num autêntico pandemónio.

Diário de Notícias - 01.11.2006

A metrópole como sede da economia monetária


Qual a relação existente entre a economia monetária e o domínio do intelecto?

A economia monetária e o domínio do intelecto encontram-se em estreita relação entre si. A pessoa racional mostra-se formal e indiferente a todos os aspectos pessoais, a economia monetária orienta os indivíduos a seguir a mesma atitude pragmática. O dinheiro é comum a todos, é o valor de troca, o dinheiro reduz toda a qualidade e individualidade á questão : - Quanto Custa? E portanto todas as relações se transformam em números.